sábado, 30 de setembro de 2017

A chuva

Quando numa cama comum, deitado como defunto a encarar o teto,
O mundo recebe a água dos céus e
Cada gota cai como um lamento,
Não qualquer lamento,
Uma lamuria acumulada de tempos não mais precisos, de memórias não mais coesas.

Paro eu a imaginar...

Encontrando no térreo de um prédio qualquer, um reencontro mais que bem vindo, sem disparar muitas palavras
Pensei num último abraço, com beijo roubado, pensei eu na sua retribuição, na sua ânsia e paixão por mais... Por amassos... Doce garota linda de meus desejos mais profundos... Quase me perco da realidade entre seus braços...
Mas nada é tão real quanto o encharcado mundo além da janela. Limpo a minha mente desse sonho desperto e tão tentador...

E a realidade que me pega de assalto é apenas os sons dos galos para o amanhecer, misturado com o som da chuva... Uma orquestra não sincronizada para anunciar o dia.
Já deve ser hora de levantar, hora para parar de sonhar...  Hora de encarar o real.

É o que é real afinal?
Apenas uma faca fria no peito, porque
Minha doce garota,
Você está distante de mim...
Mais distante que o caminho que cada gota de chuva percorre do céu ao chão.
A realidade é que ao encontrá-la serei o estranho, e que irei ignorar você e segui o caminho que for... Preocupante,
A realidade é que é cruel? Ou será viver de fantasia, aonde você tem tudo, mas nada na verdade acontece...?

A verdade é que eu não sei...
Só mando a você,
Beijos, que são meus últimos sinais, encaminhados em palavras ao invés de atos.

E você acredita,
Se eu disser que ainda não me lenvantei da cama?... Preocupante,
Você me prende até em meus raciocínios.

Um comentário:

Onaitsirc disse...

"A realidade é que é cruel? Ou será viver de fantasia, aonde você tem tudo, mas nada na verdade acontece...?"
Eu diria que ambos, são igualmente cruéis.
Inspirado pela chuva heim, muito bom cara. Continue a escrever.