sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Só e somente só


Apenas alguns minutos do derradeiro dia, cantamos todos, sem exceção alguma. Erro além da conta para somente se aventurar na penumbra sombria de cada canto de meu museu de memorias sedentas de perversidade e nada instruída de misericórdia. Os tambores estão altos, tão mais altos, muito além da minha capacidade de ouvir, incomodando. Olho a meu redor e todos estão surdo, ninguém ouve além de mim aqueles tambores, está anoitecendo e eu enlouquecendo aos poucos perto da fogueira de nosso acampamento, meu nome não lembro mais.
A brisa da manhã me toma o corpo, o calor do sol me rejuvenesce, a fogueira apagada no acampamento desfeito e a minha única presença a vislumbrar tudo, estava eu deitado no chão sujo e úmido daquele campo e quando levanto meu corpo está pesado além da conta. Olho ao redor em busca de vida, de mais alguma presença além da minha, apenas sombras grotescas e tenebrosas das arvores. Tento caminhar em frente e meu corpo vai se recompondo, minhas roupas pinicam o corpo, mas eu tento ignorar para me concentrar em descobri para onde foram todos.
A minha mente não funciona, não consigo entender o que aconteceu comigo ou quem estava ali comigo ou o quê estávamos fazendo por aqueles lados. Vejo apenas mais verdes em minha frente, nem mesmo pássaros a cantar ou a me sobrevoar. A alegria daqui se foi, enquanto eu um infeliz, me sinto o ultimo ao mundo povoar. Não me sinto o mais importante e nem me acho em ponto de destaque para vangloriar, apenas com um triste fato que me pune, bem feito, voraz medo que grita em meu peito, não é nem calado pela fome que me aflige.
Não importa onde e nem importa como, a solidão é a pior margem para o sofrer de um vivo.

Um comentário:

Izabella disse...

Nossa! Quero continuação!!! HSAUSHUAHSUA' Vc vai conseguir sair de lá e encontrar alguém? Por acaso é continuidade do seu penúltimo texto? rsrs' Adorei, vou acompanhar essa novela hein! Bjiin'