sábado, 18 de abril de 2009
O Nada
Eu sou só mais um no meio dessa multidão
E nesse turbilhão de palavras, eu sou o Nada
Um nada de sentimentos confusos
Que devora palavras para conseguir fugir da dor
Um nada de palavras insanas, ditadas por uma alma sonhadora
Um nada que ama e odeia, que vive e que morre,
em todos os instantes de sua existência
Um nada que todos podem ver, mas que ninguém conhece
Um nada, que apesar de usar do título de poeta,
reconhece que ainda está longe de ter direito de se tarjar assim
Pois numa de suas viagens por mundos desconhecidos,
viu palavras de uma poetisa que lhe mostraram o quanto as suas são medíocres
Um nada que vê em mulheres desconhecidas, seus grandes amores da vida,
suas grandes inspirações favoritas, das palavras insanas ditadas por essa alma perdida
Já sem um sentido que lhe valha, esse nada prossegue com a vida
Esse nada ainda lambe as feridas de amores passados que nunca vai esquecer
Esse nada morre todos os dias, por cada palavra escrita, sentindo essa dor que não dá trégua
A dor do viver, a dor do amar, a dor do odiar, e de um coração que insiste em bater sem nunca parar
Esse nada é uma ilusão no papel, é um poeta que não aceita esse título, é uma criança que sonha com um amor de conto de fadas, onde a amada é a rainha de seu reino, chamado vida
Esse nada é um humano, tão comum e normal quanto qualquer outro,
mas que vê com seus olhos insanos, as palavras escritas no corpo de cada ser com vida
Esse nada é um nomeador, que vive renomeando os seres que passam por seu caminho, apenas para nunca os esquecer, pois esses são mais que seres com palavras escritas em seus corpos, esses são partes da vida desse nada
Esse nada, é o que eu sou, é o que eu tenho de ser, pois é do nada que se tira tudo, pois desse nada surgiu esse novo mundo, onde expressar os sentimentos em palavras é a única lei
Eu sou o nada, que libertou essas palavras, de uma mente insana e perturbada, para que as pessoas de mundos diversos as pudessem ler
Porque esse nada, é apenas uma alma presa nesta caixa vivente, neste corpo indolente, que não consegue dizer meras palavras de amor, sem tremer a todo vapor, sem parecer um mero robô, diante daquelas que lhe provocam essa dor, que de tão prazerosa causa horror
Esse nada é só um moleque brincando com as palavras, para poder matar o tempo dessa vida, enquanto ela não para
Pois no fim, esse nada ao menos poderá dizer: “Eu vim, vivi, amei e escrevi, leiam se quiser”
onaitsirC
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário